segunda-feira, dezembro 31, 2007

vídeo do ano

Para um dos acontecimentos mais marcantes de 2007

domingo, dezembro 30, 2007

propósitos de ano novo

Reduzir substancialmente o tabaco e uma certa propensão para a auto-comiseração.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

songs for the season

Com os vídeos de Henry Lee (aqui) e Where the wild roses grow (aqui).

sábado, dezembro 22, 2007

o tubarão

"(...) E depois, há o medo do tubarão. Sim, leram bem: o tubarão. Porque inesperada-mente, castigando os seus adversários, Menezes diz isto: "Há dois anos, algures no deserto de Omã, deitado ao luar a olhar para as estrelas, tive tanta pena destas pseudo-elites liderantes do meu Partido, cujo único deserto a que chegaram nunca está a mais de dez quilómetros da sua casa, que nunca tiveram frio à noite, que nunca tiveram medo de um tubarão..."
(...) Não sabemos em que circunstâncias o tubarão assustou Menezes. Desconhecemos se estavam ambos no mar, ou ambos em terra, ou um no mar e outro em terra, e qual deles. Menezes parece convicto que só ele, entre as "pseudo-elites", teve alguma vez medo de um tubarão. (...) Talvez lhe baste ser o suplente de Sócrates. Ousaria ser mais, sem o trauma do tubarão? O de Spielberg era de borracha. E o seu, dr. Menezes? Se era amarelo e foi a sua mãe que o pôs na banheira, não devia ter tido tanto medo."

(Do artigo de Rui Ramos, no Público de quarta-feira, sobre o livro de Luís Filipe Menezes, Coragem de Mudar)

quinta-feira, dezembro 20, 2007

visitar o avô no natal

Quero crer que é apenas o ângulo da fotografia do Público, e não que os ministros façam fila, alinhados, para cumprimentar o presidente, permanecendo o primeiro-ministro ao seu lado. É que assim parece que vão visitar o avô, na companhia do pai, para pedir benção de Natal: "Aqui o Luís vai ter duas negativas, não se esforçou... Mas o Pedro tem boas notas... e está alto, não está? Diz olá ao avô, diz olá."

quarta-feira, dezembro 19, 2007

vidas

"(...) Um licenciado em Direito e um guarda-redes internacional figuram entre o grupo de 23 imigrantes marroquinos [que desembarcaram no passado dia 18 de Dezembro na ilha de Culatra, depois de partirem de Marrocos rumo à Europa, num pequeno barco de pesca]. (...) O "passador", dono do barco, abandonou os imigrantes e fugiu, quando se aproximou da Culatra, na ilha Formosa: "Vão descansar, durmam na areia." (...) Pela viagem pagaram entre 700 e mil euros cada um. Uma das mulheres entregou uma prestação de 300 euros, com a promessa de que pagaria o restante quando arranjasse trabalho.
(...) Num primeiro contacto com a comunidade piscatória local - apesar de muito debilitados - terão esboçado um sorriso de alívio e esperança. Mas assim que perceberam que não estavam em Espanha, deixaram de falar castelhano e começaram a discutir em árabe.
(...) O proprietário da embarcação, quando se aproximou da costa algarvia, fez uma chamada e uma lancha rápida veio buscá-lo. (...) Os imigrantes, entre os quais cinco mulheres, ficaram entregues à sua sorte.
(...) As roupas leves que vestiam foram ficando ensopadas durante a travessia e à noite, com temperaturas de três a quatro graus, ficaram enregelados. O espaço do barco foi disputado palmo a palmo. (...) De Kenetra, uma localidade a 40 Km de Rabat, o barco partiu com 30 pessoas a bordo. O dono da embarcação disse que havia carga a mais, e ordenou que dez teriam que se atirar à água. (...) Seis regressaram a terra a nado. (...) Das cinco mulheres, a mais nova, com 15 anos, já tinha sido capturada em Espanha, numa fuga sem sucesso."

(Da reportagem de Idálio Revez, no Público de hoje)

terça-feira, dezembro 18, 2007

jurisprudência

"Diz que neste Natal o menino Jesus vai ser entregue ao pai biológico."
(Recebido por sms)

domingo, dezembro 16, 2007

compro ergo sum

Chris Jordan, Plastic Bags (2007)

sábado, dezembro 15, 2007

desconcertante

(Depois de ler a Sábado da semana passada)

Para quem acha desconcertante imaginar algumas das nossas figuras públicas envergando avental, em obscuras reuniões da maçonaria, não há palavras que descrevam imaginar outras conhecidas figuras públicas, militantes da Opus Dei, a fustigar as nádegas com a disciplina, enquanto rezam no recolhimento dos seus aposentos - como deus as mandou ao mundo -, meia dúzia de avé-marias.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

tratado de lisboa

Tendo decretado previamente o estado de emergência, a Junta de Salvação Europeia assinou hoje o Tratado de Lisboa, outrora conhecido por Constituição. Escolhido este percurso, tudo o que se lhe siga em termos de ratificação é, no melhor dos casos, democracia coerciva.
A retórica da Europa dos cidadãos segue dentro de momentos.

álbum do ano

quarta-feira, dezembro 12, 2007

racionalidade pública

"Onde estão as pessoas que mais usam o transporte aéreo? A resposta só pode ser uma, estão nos meios urbanos, com Lisboa à cabeça, e esses meios estão na margem Norte do Tejo, desenvolvendo-se no litoral até Coimbra, onde também estão “embutidas” as redes mais densas e acessíveis de mobilidade (auto-estradas, estradas e vias férreas). Acresce a isto que a transposição do Tejo para Sul se faz por acessos todos eles concessionados a uma entidade privada, com portagem paga. Os custos para os utentes não são difíceis de calcular.
(...) A decisão de localização continua a ser, felizmente, um assunto de Estado: um assunto de estratégia pública e de estratégia de longo prazo. Mal fora, que não fosse. Mal fora que tivéssemos que nos sujeitar à tradicional miopia privada, onde o curto prazo e o lucro próprio (ou mesmo o sobre-lucro!) prevalecem.
(...) É o serviço que presta e a forma como se entrelaça com as infra-estruturas de acesso já existentes num país concreto que diferencia um aeroporto de um porta-aviões."

(Do artigo de José Reis, no Jornal de Negócios)

domingo, dezembro 09, 2007

mundos relativos

Dizia ontem José Manuel Fernandes, no editorial do inlinkável Público, a propósito da presença de "certos" líderes africanos na Cimeira UE-África, que "ter ou não sangue nas mãos não pode ser indiferente". Embora julgue que o diálogo, tão franco quanto possível, seja mais promissor que a ostracização e o uso da força, é respeitável a opinião de JMF. Ou melhor, seria respeitável, se em idênticas circunstâncias e em lugar de um incondicional apoio, mantivesse esta mesma opinião relativamente a figuras como Bush, Blair, Aznar e Barroso.

sábado, dezembro 08, 2007

o céu sob o tecto

Palácio do Centro Studi Villa Montesca (Cittá di Castelo, Itália)

quarta-feira, dezembro 05, 2007

a escala do país

É possível pensar na melhor localização para um aeroporto tendo a escala do país como referência e o ordenamento do território como princípio de decisão? E contrapor, às lógicas dos interesses locais e sectoriais, o argumento da racionalidade inerente ao interesse público?
Amanhã, a partir das 14.00h, no Auditório do Lisboa Media Center (Rua do Arsenal, nº15) discute-se nestes termos a localização do novo aeroporto internacional. Seminário com a participação de José Reis, João Cravinho, Artur Ravara, Manuel Porto, Fonseca Ferreira e Alfredo Marques, entre outros.

terça-feira, dezembro 04, 2007

enganar a fome

"Falemos do óbvio. Ontem houve peditório do Banco Alimentar contra a Fome (BACF). O amplo consenso social conseguido por esta instituição e pela sua abordagem do problema da pobreza é inquietante. Porque tem um reverso: a demissão da sociedade portuguesa do combate contra os mecanismos estruturais que geram fome e pobreza em Portugal. É preciso dar de comer a quem tem fome, já? Claro que é. E por isso a acção do BACF é estimável. Mas uma sociedade (e uma Igreja) adormecida(s), que descansa(m) a sua consciência num saco com um quilo de arroz e um pacote de esparguete, precisa(m) de ser confrontada(s) com a coerência dos seus propósitos últimos. Enquanto o voluntariado generoso no BACF for de mãos dadas com a ostracização da política e das escolhas colectivas, tudo não passará de um alívio."

(Palombella Rossa, 3 de Dezembro de 2007)

domingo, dezembro 02, 2007

songs for the season

Sétima Legião, A um deus desconhecido (1984)

sábado, dezembro 01, 2007

cidades do avesso

"Vai-se então para os verdes sítios amanhecidos, abraçar as rochas com os lábios encostados ao musgo, cortando levemente os braços nas arestas pontiagudas. Vai-se sem um tempo na alma, pesado disso. E, apesar dos contornos e rebordos do que se pensa ver à distância, são apenas outras cidades viradas do avesso, tentando expor-se. Aqui não chegarão jamais, nem mesmo pelas suas longas estradas que vão dar aos lados todos dos homens; nunca tocaremos ou viveremos nelas. O eterno é um nó tão lindo que cega, ata a vida, a morte. E desatamo-lo; como se fosse a fita numa prenda. Os dedos depressa, mas devagar os olhos que vêem."

(Miguel Esteves Cardoso, Escrítica Pop, 2003)