quarta-feira, dezembro 12, 2007

racionalidade pública

"Onde estão as pessoas que mais usam o transporte aéreo? A resposta só pode ser uma, estão nos meios urbanos, com Lisboa à cabeça, e esses meios estão na margem Norte do Tejo, desenvolvendo-se no litoral até Coimbra, onde também estão “embutidas” as redes mais densas e acessíveis de mobilidade (auto-estradas, estradas e vias férreas). Acresce a isto que a transposição do Tejo para Sul se faz por acessos todos eles concessionados a uma entidade privada, com portagem paga. Os custos para os utentes não são difíceis de calcular.
(...) A decisão de localização continua a ser, felizmente, um assunto de Estado: um assunto de estratégia pública e de estratégia de longo prazo. Mal fora, que não fosse. Mal fora que tivéssemos que nos sujeitar à tradicional miopia privada, onde o curto prazo e o lucro próprio (ou mesmo o sobre-lucro!) prevalecem.
(...) É o serviço que presta e a forma como se entrelaça com as infra-estruturas de acesso já existentes num país concreto que diferencia um aeroporto de um porta-aviões."

(Do artigo de José Reis, no Jornal de Negócios)