sexta-feira, julho 31, 2009
Uma bela liturgia é sempre uma bela liturgia. Mas uma missa a céu aberto têm outra transcendência.
quinta-feira, julho 30, 2009
direita, esquerda e despesa pública (I)
Vale a pena reter as seguintes citações do estudo de Ricardo Reis, Professor na Universidade de Columbia, relativo a uma análise da política macroeconómica (em termos de despesa pública) entre 1985 e 2008 (via "O País Relativo"):
“Sendo o PSD o partido à direita, esperaríamos que o crescimento do Estado fosse mais moderado quando está no poder. Mas os dados revelam uma realidade surpreendente. Quando o PSD está no poder, o monstro cresce em média 0,35% por ano, enquanto quando é o PS no poder a despesa cresce apenas 0,25% por ano. (...) Olhando para os quatro governos individualmente, o maior aumento na despesa veio durante os governos de Durão Barroso e Santana Lopes: 0,48% por ano. Segue-se-lhe o governo de Cavaco Silva com 0,32%, António Guterres com 0,31% e por fim José Sócrates com um aumento de 0,14%."
Não constituindo estas conclusões propriamente uma novidade (em 2002, um artigo de José Reis, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, chegava a idênticas conclusões), elas reforçam contudo a necessidade de desfazer um dos maiores mitos do défice e da despesa pública: o mito da "esquerda despesista" e da "direita poupadinha".
“Sendo o PSD o partido à direita, esperaríamos que o crescimento do Estado fosse mais moderado quando está no poder. Mas os dados revelam uma realidade surpreendente. Quando o PSD está no poder, o monstro cresce em média 0,35% por ano, enquanto quando é o PS no poder a despesa cresce apenas 0,25% por ano. (...) Olhando para os quatro governos individualmente, o maior aumento na despesa veio durante os governos de Durão Barroso e Santana Lopes: 0,48% por ano. Segue-se-lhe o governo de Cavaco Silva com 0,32%, António Guterres com 0,31% e por fim José Sócrates com um aumento de 0,14%."
Não constituindo estas conclusões propriamente uma novidade (em 2002, um artigo de José Reis, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, chegava a idênticas conclusões), elas reforçam contudo a necessidade de desfazer um dos maiores mitos do défice e da despesa pública: o mito da "esquerda despesista" e da "direita poupadinha".
quarta-feira, julho 29, 2009
terça-feira, julho 28, 2009
o erro de sócrates
Bem pode José Sócrates anunciar um amplo reforço dos apoios sociais na próxima legislatura ou integrar candidatos independentes de esquerda nas listas de deputados. Comparado com estes sinais, há contudo um outro, que poderia revelar-se mais eficaz na tentativa de recuperar eleitorado. Trata-se de deixar claro que, se o PS vencer as próximas eleições, a Ministra da Educação (ou qualquer um dos seus Secretários de Estado) não será reconduzida. Bastará para tal compreender como é insuportável a ideia, para um largo número de eleitores (bem mais amplo do que o contigente da classe docente), de imaginar a continuidade desta equipa à frente dos destinos da educação. É uma questão de políticas, naturalmente, mas sobretudo uma questão de estilo e de forma de exercício do poder. O que de resto já deveria ter sido percebido há muito tempo, quando, em Janeiro de 2008, a remodelação governamental exonerou Correia de Campos e Isabel Pires de Lima. Não ter nesse momento afastado igualmente Maria de Lurdes Rodrigues foi, porventura, o maior erro de José Sócrates.
domingo, julho 26, 2009
advento
Allelujah (John Cale performing Leonard Cohen)
"From the latin word adventus, meaning "coming", is a season of the christian church, the period of expectant waiting and preparation for the celebration (...) The progression of the season may be marked with an advent calendar, a practice introduced by german Lutherans (...) Latin adventus is the translation of the greek word parousia, commonly used in reference to the second coming."
sexta-feira, julho 24, 2009
critical economics
Apontamento para memória futura, a magnífica Summer School do início do mês, dedicada às "Fundações Institucionais de Economia: propriedade, mercados e políticas públicas". Com cerca de trinta participantes de 15 países.
quinta-feira, julho 23, 2009
lucy in the sky with diamonds (I)
«Se for dar um passeio pela praia e se for nas minhas conversas com Deus, muitas vezes 'falo' em inglês. Sei que é uma coisa completamente absurda, para a qual não tenho explicação. (...) Deus é multilingue, mas talvez perceba que o inglês é mais incisivo para certas coisas.»
Laurinda Alves, em entrevista ao Sol há umas semanas atrás (copiado daqui)
Laurinda Alves, em entrevista ao Sol há umas semanas atrás (copiado daqui)
terça-feira, julho 21, 2009
bento dixit
"O mercado motivou novas formas de competição entre Estados procurando atrair centros produtivos de empresas estrangeiras através de variados instrumentos tais como impostos favoráveis e a desregulamentação do mundo do trabalho. Estes processos implicaram a redução das redes de segurança social em troca de maiores vantagens competitivas no mercado global, acarretando grave perigo para os direitos dos trabalhadores, os direitos fundamentais do homem e a solidariedade actuada nas formas tradicionais do Estado social."
Papa Bento XVI, Encíclica Caritas in Veritate (via Jugular)
Papa Bento XVI, Encíclica Caritas in Veritate (via Jugular)
segunda-feira, julho 20, 2009
terça-feira, julho 14, 2009
os tempos que correm
"Cortámos há muito com a esquerda revolucionária, mas recusámos a terceira via, acreditando que é possível uma social-democracia que aposte no papel do Estado e dos serviços públicos na garantia de igualdade de oportunidades no quadro de uma economia de mercado regulada e com espaço e incentivo para formas de economia solidária e cooperativa; defendemos acima de tudo a liberdade, e esta mede-se na capacidade de garantir opções e escolhas, diversidade, reconhecimento e direitos. Somos pela escolha na interrupção voluntária da gravidez, somos pela diversidade cultural no país e pelo acolhimento dos imigrantes, somos pela plena igualdade no acesso ao casamento civil por parte de casais do mesmo sexo, somos pela despenalização do consumo de drogas, pela laicidade do Estado e pela liberdade religiosa, pela efectiva igualdade de género; somos reformistas, no sentido em que queremos transformações concretas na segurança social, na saúde, na justiça, na educação que, com base na valorização dos serviços públicos e na dignificação dos profissionais, melhorem as chances de boa vida para o maior número possível de pessoas, no tempo da sua vida, sem fazer a mudança depender do agudizar de contradições que possam levar, num futuro distante, a uma sociedade perfeita – em que não acreditamos."
O excerto em que me revejo, do recente texto de Miguel Vale de Almeida (que pode ser lido, na íntegra, aqui)
O excerto em que me revejo, do recente texto de Miguel Vale de Almeida (que pode ser lido, na íntegra, aqui)
domingo, julho 12, 2009
sexta-feira, julho 03, 2009
lugares e ligações
"As cidades, se forem interessantes, atrairão gente. Por isso (...) a prioridade deveria ir para a recuperação urbana, para os transportes públicos de proximidade e para as indústrias criativas e culturais. Isso daria emprego já durante a crise e prosperidade depois dela. Se me dissessem que fazer "muitas pequenas obras" obrigaria a abandonar o TGV, eu abandonaria o TGV. Se há forma de compatibilizar as duas escalas, eu faria as duas, porque elas são complementares. Os nossos conservadores pretendem encerrar este debate nos estreitos limites do preconceito, o que é natural, porque para eles Portugal está bem assim. Para eles, a discussão sobre a dívida que deixaremos aos filhos deve silenciar qualquer discussão sobre o país que, mais uma vez, não lhes deixaremos."
(Do artigo de Rui Tavares, no Público de 1 de Julho)
(Do artigo de Rui Tavares, no Público de 1 de Julho)
quinta-feira, julho 02, 2009
filmes do mês: junho
Será talvez porque o filme surpreende quando à partida pouco ou nada dele se espera. Ou pela forma como capta, no solo ou em planos descendentes, a cidade de Roma (talvez um dia alguém se dedique a avaliar os impactos na procura turística das capitais de França e Itália que resultou destes dois best-seller de Dan Brown). Ou será talvez pela forma como trata as relações entre ciência e religião (a lembrar "O Nome da Rosa"), ou ainda pelo modo como constrói os ambientes que envolvem a narrativa. Anjos e Demónios, de Ron Howard, destaca-se entre os três filmes visionados em Junho.