quinta-feira, julho 30, 2009

direita, esquerda e despesa pública (I)

Vale a pena reter as seguintes citações do estudo de Ricardo Reis, Professor na Universidade de Columbia, relativo a uma análise da política macroeconómica (em termos de despesa pública) entre 1985 e 2008 (via "O País Relativo"):

Sendo o PSD o partido à direita, esperaríamos que o crescimento do Estado fosse mais moderado quando está no poder. Mas os dados revelam uma realidade surpreendente. Quando o PSD está no poder, o monstro cresce em média 0,35% por ano, enquanto quando é o PS no poder a despesa cresce apenas 0,25% por ano. (...) Olhando para os quatro governos individualmente, o maior aumento na despesa veio durante os governos de Durão Barroso e Santana Lopes: 0,48% por ano. Segue-se-lhe o governo de Cavaco Silva com 0,32%, António Guterres com 0,31% e por fim José Sócrates com um aumento de 0,14%."

Não constituindo estas conclusões propriamente uma novidade (em 2002, um artigo de José Reis, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, chegava a idênticas conclusões), elas reforçam contudo a necessidade de desfazer um dos maiores mitos do défice e da despesa pública: o mito da "esquerda despesista" e da "direita poupadinha".