o erro de sócrates
Bem pode José Sócrates anunciar um amplo reforço dos apoios sociais na próxima legislatura ou integrar candidatos independentes de esquerda nas listas de deputados. Comparado com estes sinais, há contudo um outro, que poderia revelar-se mais eficaz na tentativa de recuperar eleitorado. Trata-se de deixar claro que, se o PS vencer as próximas eleições, a Ministra da Educação (ou qualquer um dos seus Secretários de Estado) não será reconduzida. Bastará para tal compreender como é insuportável a ideia, para um largo número de eleitores (bem mais amplo do que o contigente da classe docente), de imaginar a continuidade desta equipa à frente dos destinos da educação. É uma questão de políticas, naturalmente, mas sobretudo uma questão de estilo e de forma de exercício do poder. O que de resto já deveria ter sido percebido há muito tempo, quando, em Janeiro de 2008, a remodelação governamental exonerou Correia de Campos e Isabel Pires de Lima. Não ter nesse momento afastado igualmente Maria de Lurdes Rodrigues foi, porventura, o maior erro de José Sócrates.
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