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Não é apenas uma questão de
zelo e do seu excesso. É uma questão de grosseira formação democrática, para além da vocação para exercer o pidesco papel de "cão de fila". Margarida Moreira, que ocupa um lugar de relevo na estrutura administrativa do Estado, representando o Ministério da Educação na Região Norte da República Portuguesa, é a autora do
processo disciplinar movido a um professor destacado na DREN, pelo facto de este ter partilhado (com um colega) um comentário jocoso sobre o episódio da licenciatura de José Sócrates.
O professor visado, Fernando Charrua, foi entretanto despachado para a sua escola de origem (fazendo lembrar a estória do
inconsciente funcionário público da Alemanha de Leste, no curioso ano de
1984, que à conta de uma anedota sobre o Presidente
Honecker foi remetido para uma cave dos serviços da
Stasi, purificando o seu crime com o vapor que abre correspondência pessoal, a bem da defesa do Estado).
Ao que se sabe, Margarida Moreira continuava hoje no seu posto de escuta. José Sócrates, visado pelo comentário do funcionário da DREN, bem poderia mover um processo por difamação a Fernando Charrua. Estaria no seu direito. E estaria igualmente no seu dever, se tomasse a decisão de afastar, do respectivo cargo, a dita Senhora Directora Regional de Educação.