quarta-feira, maio 23, 2007

mundos interiores

Cruzava-se, com uma frequência cada vez maior, com pessoas que falavam sozinhas. Sem que se apercebessem das expressões que o rosto desenha, do movimento hesitante dos lábios e do olhar absorto, ou mesmo dos gestos discretos que as mãos fazem, quando se anda pelo espaço público a falar sozinho. Reparou em alguém assim e pensava nisto, quando subitamente o vidro espelhado no dobrar do corredor do metro quebrou o seu olhar absorto, reflectiu o seu gesticular discreto, e interrompeu as expressões do rosto e o movimento hesitante dos seus lábios.