o estado, esse malvado
"O voto não é um instrumento da democracia, o voto é um instrumento do Estado para dominar e controlar a democracia, o voto é o procedimento por excelência do Estado para controlar os destinos de toda a sociedade. Através do voto o Estado controla sobretudo o presente e o futuro dos colectivos. Através do voto o Estado sabe que esse presente e esse futuro nunca cairão na “aleatoriedade do acontecimento”." (Carlos Vidal, no 5 dias)
O Estado democrático, com eleições e assim, é uma pessoa que acorda em regra muito mal-disposta, despenteada e cheia de remela nos olhos. O sossego que lhe dá ter controlo sobre tudo (os votos, as pessoas, a democracia e muitas outras coisas), causa-lhe um tédio imenso e por isso acorda tantas vezes irritado. E então quando se olha de manhã ao espelho e vê uma borbulha (ah, é verdade, as borbulhas por acaso ele não controla assim muito), fica mesmo aborrecido. Pois fica. E toca de se vingar em tudo o que lhe aparece à frente. Ele é dominar a democracia, ele é controlar os destinos da sociedade. Até ao presente e ao futuro dos colectivos deita a mão, não vão eles cair na aleatoriedade do acontecimento. Isto é o Estado democrático, uma pessoa com muito mau carácter. Os outros Estados, primos dele, diz que também são mais ou menos assim, pessoas malvadas, com muito poder.
E o 5 dias tem lá uns intelectuais muito engraçados.
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