os rankings e o território (I)
Actualizando um exercício feito em 2008, o mapa da esquerda agrega territorialmente, por NUTS III, os resultados dos exames relativos ao Ranking de Escolas 2009. Como sempre, os meios de comunicação social (designadamente os jornais), concentram-se na análise dos dados por escola (procurando assim diferenciar as melhores das piores) e fazem-no ignorando em regra o contexto socio-económico em que estas se inserem. Ora, ao agregar os dados ponderados(*), confirma-se que os rankings nos dão um retrato que é - na sua essência - um retrato do território e das suas desigualdades (marcado pelas diferenças entre o litoral e o interior). Isto é, mais do que distinguir estabelecimentos de ensino, os rankings reflectem os diferentes níveis de desenvolvimento económico e social do país. O destaque do Baixo Mondego (a unidade territorial com os melhores resultados) face à Grande Lisboa e ao Grande Porto poderá dever-se a uma menor discrepância de resultados entre as escolas que integram aquele espaço. Ou seja, a uma maior coexistência, em Lisboa e no Porto, de escolas com melhores e piores resultados (no caso do Baixo Mondego o desvio padrão situa-se em cerca de 7,6%, sendo bastante mais significativo em Lisboa, com 9%, e no Porto, com 8,2%).
(*) Os dados foram ponderados tendo em conta as médias obtidas e o número de exames realizados em cada escola, sendo o mesmo procedimento adoptado para apurar, a partir de cada concelho, os valores das NUTS III. Para compatibilizar resultados do Ensino Básico e do Ensino Secundário, as respectivas escalas de classificação foram convertidas numa escala de 0 a 100.
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