segunda-feira, outubro 05, 2009

a inutilidade da pureza extraordinária

"É a vez da esquerda à esquerda do PS decidir se quer fazer alguma coisa com o milhão de votos que recebeu. Há duas possibilidades: ou Bloco e PCP se ficam a vigiar mutuamente na sua pureza extraordinária (e sem paralelo na Europa) e entregam a faca e o queijo à direita populista ou se entendem os dois para fazer dos seus 31 deputados alguma coisa. Basta que o BE e o PCP se sentem a uma mesa para decidir aquilo que realisticamente podem conquistar no Parlamento para a esquerda ter garantidas algumas vitórias importantes. (...) Acredito que no PCP e no BE haverá muita gente que respirou de alívio: se nenhum deles faz maioria com o PS nenhum deles poderá ser responsabilizado por nada. Erro. Mesmo que, daqui a uns anos, o seu eleitorado esteja ainda mais zangado, não deixará de os responsabilizar pela inutilidade em que transformaram o seu voto."

(Daniel Oliveira, no Expresso do sábado passado)