Na versão online do
Correio da Manhã de hoje surge, no canto inferior esquerdo da página, uma sondagem, com a pergunta: “
É legítimo o Governo liberalizar aborto?”
Não se sabe, porque não se diz, se a pergunta reporta ainda às consequências lesgislativas do 11 de Fevereiro. Nesse caso, se o que esteve em causa no Referendo foi liberalizar o aborto (como estas e outras almas nos tentaram convencer até à exaustão) então a vitória do “Sim” legitimaria o Governo a fazê-lo. Se não se tratou disso (como efectivamente não tratou, mas essa discussão já lá vai), então a pergunta carece de seriedade.
A questão pode contudo reportar-se às alterações propostas nos casos de prática de aborto em períodos superiores às 10 semanas. Isto é, à proposta de substituir a prisão por outras soluções penais para tais circunstâncias. Concordando-se ou não com a alteração, a verdade é que ela não traduz em nenhum caso liberalização, nem sequer despenalização.
Não é jornalismo de causas, é mesmo imprensa rasca.