plasma (imersão)
(David Sylvian, '"Fire in the Forest" Tour 2003' - Alte Oper Frankfurt (October, 1)
Um manto de luz azul desenha o vulto dos sintetizadores, aos quais se encontram ligados outros equipamentos, a maioria dos quais indecifráveis. À esquerda, a completar a disposição em triângulo, uma mesa de mistura de imagens e um computador portátil, com a iconográfica maça. Ao fundo uma tela gigante, também ela embebida no azul aguarela que tinge o palco. Contrastando com este cenário, uma guitarra acústica ocupa o centro. É nesta penumbra que entram Steve Jansen, David Sylvian e Masakatsu Takagi.
Sons invulgares e entrecortados invadem a sala. Uns espalham-se viscosamente. Outros irrompem e ausentam-se de forma igualmente súbita. Teclas evasivas, rasgos de guitarra desencadeados por sintetizadores e rugosidades digitais em abundante reverberação. Sente-se a crueza da não cedência absoluta a qualquer facilitismo ou tentação melódica. É quase uma certa repulsa que se instala, não fora uma espécie de magma subterrâneo, alimentado pela voz de Sylvian, a impedir que os sentidos se abstenham da atmosfera gradualmente criada.
No ecran, em sintonia com o suporte sonoro, uma sequência de imagens sugere o mergulho instrospectivo, ilustrado por gotículas de ar em imersão aquosa a atravessar texturas multicolores, numa metáfora do plasma de pensamentos e memórias.
i fall outside of her
she doesn't notice (...)
and mine is an empty bed
i think she's forgotten (...)
put the breaks on, put the breaks on
'cos I'm fading fast (...)
i'll keep my thoughts to myself
unless i'm asked (...)
like blemishes upon the skin
truth sets in
Sylvian olha para o interior de si próprio e para tudo o que alcança a partir daí. Intencionalmente só e desprendido de quaisquer laços que pudessem relativizar ou antenuar a frieza do percurso e o modo como enfrenta a realidade em que se move. A busca de sombras e de luzes, de vazios e plenitudes. Blemish é um acto de pensar íntimo, não se constrói para que as ideias se destinem a qualquer espécie de partilha.
Um manto de luz azul desenha o vulto dos sintetizadores, aos quais se encontram ligados outros equipamentos, a maioria dos quais indecifráveis. À esquerda, a completar a disposição em triângulo, uma mesa de mistura de imagens e um computador portátil, com a iconográfica maça. Ao fundo uma tela gigante, também ela embebida no azul aguarela que tinge o palco. Contrastando com este cenário, uma guitarra acústica ocupa o centro. É nesta penumbra que entram Steve Jansen, David Sylvian e Masakatsu Takagi.
Sons invulgares e entrecortados invadem a sala. Uns espalham-se viscosamente. Outros irrompem e ausentam-se de forma igualmente súbita. Teclas evasivas, rasgos de guitarra desencadeados por sintetizadores e rugosidades digitais em abundante reverberação. Sente-se a crueza da não cedência absoluta a qualquer facilitismo ou tentação melódica. É quase uma certa repulsa que se instala, não fora uma espécie de magma subterrâneo, alimentado pela voz de Sylvian, a impedir que os sentidos se abstenham da atmosfera gradualmente criada.
No ecran, em sintonia com o suporte sonoro, uma sequência de imagens sugere o mergulho instrospectivo, ilustrado por gotículas de ar em imersão aquosa a atravessar texturas multicolores, numa metáfora do plasma de pensamentos e memórias.
i fall outside of her
she doesn't notice (...)
and mine is an empty bed
i think she's forgotten (...)
put the breaks on, put the breaks on
'cos I'm fading fast (...)
i'll keep my thoughts to myself
unless i'm asked (...)
like blemishes upon the skin
truth sets in
Sylvian olha para o interior de si próprio e para tudo o que alcança a partir daí. Intencionalmente só e desprendido de quaisquer laços que pudessem relativizar ou antenuar a frieza do percurso e o modo como enfrenta a realidade em que se move. A busca de sombras e de luzes, de vazios e plenitudes. Blemish é um acto de pensar íntimo, não se constrói para que as ideias se destinem a qualquer espécie de partilha.