eyes wide shut
Dos 78 eritreus que tentaram chegar a Itália na semana passada, apenas 5 sobreviveram, conforme noticiou o Público do passado dia 22. Segundo o relato dos sobreviventes, os corpos dos restantes 73 foram deitados ao mar. Os que chegaram, reduzidos a esqueletos, foram salvos por um pescador, depois de vários barcos passarem ao largo, suscitando no ACNUR a preocupação pelo facto de "o endurecimento das políticas governamentais em relação às pessoas dos barcos [poder ter] o efeito de desencorajar os capitães dos barcos de continuarem a honrar as suas obrigações internacionais marítimas."
O editorial da primeira página do diário episcopal Awenire coloca, certeira e incisivamente, o dedo na ferida: "Quando hoje lemos sobre as deportações dos judeus sob o nazismo perguntamo-nos: seguramente as populações não sabiam. Mas estes comboios cheios, as vozes, os gritos nas estações, ninguém os via nem ouvia? Na época era o totalitarismo e o terror que faziam fechar os olhos. Hoje não. Uma indiferença tranquila, resignada, talvez mesmo uma aversão ao Mediterrâneo. O Ocidente tem os olhos fechados."
O editorial da primeira página do diário episcopal Awenire coloca, certeira e incisivamente, o dedo na ferida: "Quando hoje lemos sobre as deportações dos judeus sob o nazismo perguntamo-nos: seguramente as populações não sabiam. Mas estes comboios cheios, as vozes, os gritos nas estações, ninguém os via nem ouvia? Na época era o totalitarismo e o terror que faziam fechar os olhos. Hoje não. Uma indiferença tranquila, resignada, talvez mesmo uma aversão ao Mediterrâneo. O Ocidente tem os olhos fechados."
(Via Aldeia Blogal e Arrastão)
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