a queda do tigre celta
"Durante as duas últimas décadas a Irlanda conheceu tempos vibrantes de transformação. Outrora um território agrícola tornou-se numa economia dinâmica, baseada em serviços, apostada na atracção de investimento directo estrangeiro e dependente do comércio internacional. Entre 1995 e 2007 o PIB irlandês cresceu 6% ao ano. Esta pequena economia era a menina dos olhos de todos aqueles que afirmavam ser possível reformar uma velha e atrasada região periférica da Europa a partir de receitas baseadas no liberalismo económico, na baixa de impostos e na aposta em serviços sofisticados e globalizados como a banca moderna. O que se passou a seguir foi um balde de água fria. (...) Hoje a Irlanda tem um défice de 32%, dois terços do qual devido às perdas do sistema bancário agora nacionalizado. O Ministro das Finanças diz-se «verdadeiramente chocado», mas acrescenta que continua a acreditar no modelo de «economia liberal» que tornou a Irlanda um «tigre». (...) Muitos comentadores afirmam que «se está a matar a economia para salvar bancos que era suposto ajudarem o país, mas que continuam sem injectar o crédito de curto prazo vital às PME.» (...) E sobretudo: «A Irlanda é agora vista aos olhos de muitos como o exemplo horrífico do que uma política de austeridade pode fazer.»".
(Sandro Mendonça, Diário Económico)
(Sandro Mendonça, Diário Económico)
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