os mistérios de rogoff
"Para Rogoff, o mundo é para ser contemplado (esteticamente?), não transfor-mado. A certa altura, saiu-se com esta pérola: 'misteriosamente, quase não houve crises financeiras entre o final da II Guerra e o final dos anos 70'. Miste-riosamente?!. Na sessão de debate, perguntei se faria sentido dizer 'misteriosa-mente' ou se, pelo contrário, durante esse período, 'things really were different'. A resposta não tardou: a diferença foi o forte crescimento da economia mundial verificado nesse período. Ou seja, nada se passou no mundo da finança que não se tivesse passado sempre. Para ser perceber como a resposta de Rogoff não tem pés nem cabeça, basta pensar no que aconteceu recentemente a países como os EUA, Espanha e Irlanda: todos tiveram fortíssimos crescimentos económicos assentes em bolhas especulativas. A liberalização dos mercados financeiros foi iniciada no final dos anos 70 e o número de crises financeiras, como é óbvio, aumentou exponencialmente desde então. Misterioso, isso sim, é Rogoff achar que nada disto é óbvio."
(Do texto de João Galamba, no Jugular, sobre um colóquio realizado há três dias no Parlamento, subordinado ao tema: Dívida Pública: causas, consequências e perspectivas de evolução)
(Do texto de João Galamba, no Jugular, sobre um colóquio realizado há três dias no Parlamento, subordinado ao tema: Dívida Pública: causas, consequências e perspectivas de evolução)
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