a laicização da economia
"As questões mais essenciais da economia invadiram a praça pública, deixaram de estar tão confinadas a redutos académicos, foram postas e puseram-se em questão. Assistiu-se a revisões radicais do que se supunha normalizado e até natural. A economia laicizou-se, publicizou-se. A dimensão prescritiva, calculista, finalista que faz a sua popularidade e suscita algum fascínio entre o público não especializado - que vê a economia como critério e argumento final para justificar decisões e definir comportamentos - perdeu significado perante as imensas falhas que originou. Não me parece exagerado dizer que entre os temas que a crise pôs em primeiro plano estão certamente as relações da economia com os valores, a confiança, a subordinação do económico a padrões morais, a não redução da vida ao mercado."
Do artigo de José Reis, curiosamente publicado num tempo que assinala os quatrocentos anos da morte de Giordano Bruno às mãos da Inquisição. Com todas as óbvias e imensas diferenças (de contexto, de discussão, de magnitude), no debate que a Economia actualmente atravessa são também questões de dogma, de legitimidade, de autoridade, poder e fechamento que estão em jogo. Não conhecemos ainda o desfecho deste processo de "dessacralização", mas vamos tendo uma noção cada vez mais clara do muito que há para fazer.
Do artigo de José Reis, curiosamente publicado num tempo que assinala os quatrocentos anos da morte de Giordano Bruno às mãos da Inquisição. Com todas as óbvias e imensas diferenças (de contexto, de discussão, de magnitude), no debate que a Economia actualmente atravessa são também questões de dogma, de legitimidade, de autoridade, poder e fechamento que estão em jogo. Não conhecemos ainda o desfecho deste processo de "dessacralização", mas vamos tendo uma noção cada vez mais clara do muito que há para fazer.
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