regresso ao campo
"Em parte alguma do filme há excesso de beleza ou beleza gratuita. Nada foi filmado por ser bonito e nada é bonito, antes evidente: os montes crestados pelos incêndios, a densidade abafada do eucaliptal, o silêncio do sol do meio-dia, o cheiro pesado das adegas, o tijolo e o cimento à vista das casas sempre inacabadas, o serpentear incerto das estradas do pinhal, a dança alegre mas formal dos pares no terreiro nocturno. Tão pouco, sob seja que pretexto for, pessoas e coisas são tratadas com ironia ou desprazer. A distância que o filme põe entre si a serra e os seus habitantes não é a da aristocracia citadina e da desconfiança: é a distância necessária da escuta, da atenção."
(Do artigo de Paulo Varela Gomes, sobre o filme Aquele querido mês de Agosto, no Público de hoje)
(Do artigo de Paulo Varela Gomes, sobre o filme Aquele querido mês de Agosto, no Público de hoje)
<< Home