sexta-feira, julho 25, 2008

good fortune

Como vivem, músicos e bandas, uma digressão? Que impacto tem a sucessão de concertos, muitas vezes a milhares de quilómetros de distância e nem sempre separados por um dia de intervalo? Instala-se inevitavelmente a rotina? Perde-se o gozo de estar ali e converte-se tudo progressivamente numa empreitada, num contrato a cumprir? É claro que há quem goste de dar concertos e quem prefira não o fazer. E há os temperamentos de cada um, desde os mais dados a interagir com a assistência aos mais indiferentes ou tímidos.
Lou Reed não prima, em regra, nem pela simpatia nem por uma comunicação abundante e propriamente afável com o público. Mas no passado domingo, em Loulé, o homem até sorriu e - sobretudo - não deixou dúvidas de gostar do que estava a fazer, entregue por inteiro ao momento (uma versão renovada de Berlim), num fim-de-semana que fica decididamente para a história.

(Foto de Nuno Miguel Sousa, que voz amiga deu a conhecer, após várias buscas infrutíferas de uma imagem exactamente assim nos principais motores de busca da internet).