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Poderia ser um pequeno pecado de um jovem no início da carreira, tentando sobreviver, se Sócrates tivesse claramente dito isso mesmo. Ninguém lhe levaria muito a mal, tão generalizada está esta prática. (...)
Como aconteceu com a saga do diploma (...),
Sócrates podia ter simplesmente dito que usou um título que formalmente não tinha, até porque isso era uma reivindicação dele e dos seus colegas quanto à equiparação, ou então, que tinha sido pouco cuidadoso nos papéis. E ponto final, ninguém passaria disso, ninguém lhe iria pedir mais contas. Nós percebíamos tudo e, como pessoas sensatas, sabemos que a vida tem destas coisas e querer que toda a gente seja tão bacteriologicamente pura como as cozinhas de sonho da ASAE, é absurdo."
(...) Mas Sócrates torna os seus pecadilhos em algo de mais grave. Torna-os em virtudes e, com arrogância, atribui-se comportamentos exemplares que não teve. E acresce a isso um autoritarismo que tenta sequer impedir que se discutam, e isso sim, lança uma luz perigosa sobre o seu exercício de funções."
(Do artigo de Pacheco Pereira, no Público de hoje)
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