por um prato de lentilhas
Desde Março de 2003, na sequência da ocupação do Iraque, morreram mais de 160.000 civis iraquianos; cerca de 3.800 militares dos EUA e 86 jornalistas (nos 20 anos da Guerra do Vietname perderam a vida 63 jornalistas). E soube-se, há poucas semanas, que uma onda de suícidios de veteranos de guerra, com idades entre os 20 e os 24 anos, varreu os Estados Unidos em 2005 (numa média de 17 por dia).
Ficámos esclarecidos, em 2003, do oportunista desprezo de Durão Barroso pelo Direito Internacional, pela diplomacia da paz, pelo multilateralismo e pela ética em política, ao dispor-se a preparar servilmente a Cimeira dos Açores, e ao não querer se não ver, convenientemente, a forjada teoria das "armas de destruição maciça". E se tínhamos dificuldade em acreditar que Barroso era capaz de sacrificar tudo por um simples prato de lentilhas (o seu lugar de presidente da Comissão Europeia), as recentes declarações ao DN não deixam muitas dúvidas sobre a ambição desmedida e despudorada do homem.
Mas vamos até admitir que, em 2003, Barroso resolveu acompanhar os senhores da guerra, jamais pensando que a situação no Iraque se poderia tornar num caos e que o cenário de matança viesse a revelar-se tão dantesco. Quatro anos volvidos é isso que impressiona na entrevista ao DN. É que hoje, quando ninguém pode dizer desconhecer a realidade e os números da tragédia, as palavras que Durão Barroso tem para se referir à decisão de invadir o Iraque são as de considerar que "Não temos que estar de forma nenhuma arrependidos da decisão que tomámos"; e que "Portugal não perdeu nada, também na Europa, com isso. Repare, depois das decisões que tomei, fui convidado a ser presidente da Comissão Europeia e tive o consenso de todos os países europeus".
A Barroso aplica-se bem a frase, que uma amiga minha costuma usar: "É capaz de matar o pai e a mãe só para ir ao baile do orfanato."
Ficámos esclarecidos, em 2003, do oportunista desprezo de Durão Barroso pelo Direito Internacional, pela diplomacia da paz, pelo multilateralismo e pela ética em política, ao dispor-se a preparar servilmente a Cimeira dos Açores, e ao não querer se não ver, convenientemente, a forjada teoria das "armas de destruição maciça". E se tínhamos dificuldade em acreditar que Barroso era capaz de sacrificar tudo por um simples prato de lentilhas (o seu lugar de presidente da Comissão Europeia), as recentes declarações ao DN não deixam muitas dúvidas sobre a ambição desmedida e despudorada do homem.
Mas vamos até admitir que, em 2003, Barroso resolveu acompanhar os senhores da guerra, jamais pensando que a situação no Iraque se poderia tornar num caos e que o cenário de matança viesse a revelar-se tão dantesco. Quatro anos volvidos é isso que impressiona na entrevista ao DN. É que hoje, quando ninguém pode dizer desconhecer a realidade e os números da tragédia, as palavras que Durão Barroso tem para se referir à decisão de invadir o Iraque são as de considerar que "Não temos que estar de forma nenhuma arrependidos da decisão que tomámos"; e que "Portugal não perdeu nada, também na Europa, com isso. Repare, depois das decisões que tomei, fui convidado a ser presidente da Comissão Europeia e tive o consenso de todos os países europeus".
A Barroso aplica-se bem a frase, que uma amiga minha costuma usar: "É capaz de matar o pai e a mãe só para ir ao baile do orfanato."
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