segunda-feira, outubro 01, 2007

jornalismo sério (II)

Em dois actos.

Acto I - A parvoíce
Interromper uma entrevista para transmitir imagens, sem qualquer conteúdo, interesse e pertinência jornalística, de uma pessoa a sair de um avião e a entrar num carro.

Acto II - A cretinice
Não admitir a parvoíce, nem dela se servir para um exercício de introspecção (quem sou, o que faço aqui?), ou sequer pedir desculpas ao entrevistado e aos espectadores, preferindo a Direcção de Informação fazer finca pé, afirmar que "não altera a sua linha editorial", e que "lamenta o sucedido" (insinuando que o "sucedido" a lamentar respeita apenas ao facto de o entrevistado abandonar o estúdio).

Mas pior ainda. Repetir insistentemente, um par de dias depois, que este canal televisivo "interrompe as emissões sempre que entende ser necessário" (cito de memória Ricardo Costa, Director de Informação da SIC Notícias, no Expresso da Meia-noite de sexta-feira passada). Sem perceber (ou não querer perceber) que o que está em causa não é o direito a interromper uma emissão, mas sim os critérios com que é feita essa interrupção. Se é esta a "linha editorial" da Sic Notícias, estamos conversados.