segunda-feira, setembro 17, 2007

total clarividência

"'A posição portuguesa foi assumida com total clarividência quanto aos interesses [de Portugal] nesta matéria e sem nenhuma pressão de nenhum governo.' A frase pretente explicar a razão por que o Governo não recebeu o Dalai Lama e foi pronunciada em público por Luís Amado, na qualidade de ministro dos negócios estrangeiros de Portugal, numa conferência de imprensa dada sobre assuntos relativos à presidência da União Europeia (...).
O Governo português satizfaz [assim] plenamente os anseios do Governo chinês e assume-o com orgulho e voluntariamente, sem sequer precisar ser solicitado, garante o ministro Amado. O Governo português é um fiel aliado e obedece compulsivamente, adivinha, os desejos e os interesses desse potentado do Direito Democrático Internacional chamado China. Onde não só há pena de morte, como os familiares dos condenados têm ainda de pagar a bala da execução. Onde não há tribunais do Estado, nem sistema judicial independente e autónomo, mas onde a justiça é aplicada em julgamentos efectuados pela estrutura do Partido Comunista da China, por 'juizes' nomeados pelo partido-único. Onde não há liberdade de associação e expressão política. Onde não há liberdade de opinião. Onde não há liberdade de imprensa. Onde não há eleições livres."

(Do artigo de São José Almeida no Público de sábado passado, onde - no topo da página 5 - ficamos a saber que chanceler alemã, Angela Merkel, receberá o Dalai Lama a 23 de Setembro, em Berlim)