quinta-feira, setembro 06, 2007

educação com açucar

Em Julho foram os meninos-figurantes, contratados por uma agência de casting para a cerimónia de apresentação do Plano Tecnológico da Educação, no intuito de dar das escolas e dos alunos uma imagem assim mais "Morangos com Açucar", e evitar que uma horda de estudantes reais, ranhosos e insolentes, pudesse prejudicar a finesse do evento.
Agora, e ainda no âmbito das estratégias educativas em matéria de glucose, o Ministério da Educação decidiu convidar a Nestlé, a Danone, a Kellogg's e o Modelo Continente a financiar o Programa Media Smart, representado em Portugal pela Associação Portuguesa de Anunciantes.
Este programa é destinado a alunos do 1º Ciclo, e pretende que estes aprendam a descodificar a publicidade e as estratégias comerciais, com a ajuda destas empresas, "que mais milhões de euros gastam em publicidade destinada às crianças, [para] encharcar os miúdos com toneladas de açúcar". Optar pelo estabelecimento de parcerias, neste âmbito, com a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor ou com a Associação Portuguesa de Dietistas seria, obviamente, tão disparatado como colocar, na plateia da cerimónia do Plano Tecnológico, alunos de carne e osso.
Os próximos passos, em matéria de educação para o consumo, consistem em contratar com a Phillip Morris o desenvolvimento de conteúdos curriculares na área dos malefícios do tabagismo e, com uma qualquer associação nacional de proxenetas, a preparação de umas aulitas de educação sexual.