na pele do outro
Observo, imagino, fantasio. Meto-me na pele de outras pessoas. Não estou a falar de estilo, de técnicas, de temas ou parábolas; os exagetas sabem disso muito mais do que eu. O que quero compartilhar convosco é algum prazer da minha experiência de contar histórias com coragem, contar-vos de onde provém a urgência real de contar histórias, e como se vive, inclusivamente, face ao tempo, ao sofrimento, ao preconceito, à tragédia, à perda e à derrota. E como esta urgência de contar histórias é tão antiga. Creio que ela existe em todo o ser humano, não só nos escritores e romancistas: a necessidade de contar uma história, de imaginar o outro é, afinal, não só uma experiência ética e uma grande prova de humildade, não só uma boa directriz política, mas também, ao fim ao cabo - que a enfermeira do meu colégio não saiba disto -, um grande prazer.
Sem ter combinado com o Pedro citar, no mesmo dia, Amos Oz (Contra o Fanatismo, 2002).
Sem ter combinado com o Pedro citar, no mesmo dia, Amos Oz (Contra o Fanatismo, 2002).
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