em nome da consciência (IV)
A Amnistia Internacional (AI) deverá esta semana, finalmente, assumir de forma explícita o seu apoio no recurso ao aborto em casos de violação, depois de em Abril passado o seu conselho executivo se ter pronunciado nesse sentido. Esta é uma decisão que apenas peca por tardia, sendo ao mesmo tempo evidente que a AI mantém ainda muitas reservas quanto ao reconhecimento pleno do aborto como uma questão de consciência, limitando-se portanto a invocar a sua legitimidade jurídica apenas nos casos de mulheres vítimas de violação.
Como seria de esperar, e dado que a AI é uma das mais importantes e respeitadas organizações internacionais de defesa de direitos humanos, a reacção do Vaticano não tardou, tendo apelado em Junho deste ano (através do Cardeal Renato Martino), ao boicote do movimento por parte de todos os católicos do mundo. A mesma Igreja Católica que, no final do século XX, legitimava ainda a pena de morte, até não ser mais possível, tacitamente, sustentar esse posicionamento face às opiniões públicas e à pressão de organizações como a Amnistia Internacional.
Entre nós, o inenarrável bispo auxiliar de Lisboa, Carlos Azeredo, justifica esta posição da Igreja sobre o direito ao aborto, em caso de violação, afirmando que "os direitos da criança e do bebé são iguais aos de qualquer outra pessoa". Criança? Bebé? Voltamos à mesma tentativa torpe de convencer que um feto é um bebé, uma criança ou mesmo uma pessoa? Diga lá, mas agora a sério, senhor bispo: acha mesmo que uma mulher agredida, sexualmente violentada, deve ser forçada a ser mãe e prosseguir uma gravidez que não desejou?
Como seria de esperar, e dado que a AI é uma das mais importantes e respeitadas organizações internacionais de defesa de direitos humanos, a reacção do Vaticano não tardou, tendo apelado em Junho deste ano (através do Cardeal Renato Martino), ao boicote do movimento por parte de todos os católicos do mundo. A mesma Igreja Católica que, no final do século XX, legitimava ainda a pena de morte, até não ser mais possível, tacitamente, sustentar esse posicionamento face às opiniões públicas e à pressão de organizações como a Amnistia Internacional.
Entre nós, o inenarrável bispo auxiliar de Lisboa, Carlos Azeredo, justifica esta posição da Igreja sobre o direito ao aborto, em caso de violação, afirmando que "os direitos da criança e do bebé são iguais aos de qualquer outra pessoa". Criança? Bebé? Voltamos à mesma tentativa torpe de convencer que um feto é um bebé, uma criança ou mesmo uma pessoa? Diga lá, mas agora a sério, senhor bispo: acha mesmo que uma mulher agredida, sexualmente violentada, deve ser forçada a ser mãe e prosseguir uma gravidez que não desejou?
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