a vida dos outros (II)
"Veja-se o caso do professor Fernando Charrua e da DREN, que se continua a arrastar e em que o Ministério da Educação já deveria, há muito, ter 'pulverizado' o processo disciplinar com a constatação da evidente inexistência de qualquer infracção. É pena que a ministra não tenha sido capaz de fazer frente a uma tal inépcia dos seus serviços, pondo termo de imediato ao processo.
Mesmo que as palavras proferidas tenham sido as que se referem na acusação - 'somos governados por uma cambada de vigaristas e o chefe deles todos é um filho da puta' -, parece claro que, tendo em conta a situação, não há mais do que um desabafo privado. Pouco louvável certamente quanto aos termos, mas insusceptível de configurar qualquer ilícito disciplinar ou criminal sob pena de qualquer dia termos receio de falar livremente com colegas, amigos ou vizinhos. Todos nós já desabafámos quanto aos mais diversos governos do nosso desagrado...
E o afastamento da Associação de Professores de Matemática (APM) da Comissão de Acompanhamento do Plano de Matemática do Ministério da Educação por ter discordado publicamente de afirmações da ministra da Educação? Segundo um director-geral do ministério, a APM não podia criticar publicamente o programa do ministério, uma vez que fazia parte dele.
Este endendimento de que, pelo facto de uma associação colaborar com um ministério integrando-se numa qualquer comissão, já não o poder criticar publicamente, é mais um sintoma deste, cada vez mais perceptível, absurdo e insaciável apetite de controlar a informação e as pessoas. Até onde irão nesta cegueira?"
(Francisco Teixeira da Mota, no Público de 23 de Junho)
Mesmo que as palavras proferidas tenham sido as que se referem na acusação - 'somos governados por uma cambada de vigaristas e o chefe deles todos é um filho da puta' -, parece claro que, tendo em conta a situação, não há mais do que um desabafo privado. Pouco louvável certamente quanto aos termos, mas insusceptível de configurar qualquer ilícito disciplinar ou criminal sob pena de qualquer dia termos receio de falar livremente com colegas, amigos ou vizinhos. Todos nós já desabafámos quanto aos mais diversos governos do nosso desagrado...
E o afastamento da Associação de Professores de Matemática (APM) da Comissão de Acompanhamento do Plano de Matemática do Ministério da Educação por ter discordado publicamente de afirmações da ministra da Educação? Segundo um director-geral do ministério, a APM não podia criticar publicamente o programa do ministério, uma vez que fazia parte dele.
Este endendimento de que, pelo facto de uma associação colaborar com um ministério integrando-se numa qualquer comissão, já não o poder criticar publicamente, é mais um sintoma deste, cada vez mais perceptível, absurdo e insaciável apetite de controlar a informação e as pessoas. Até onde irão nesta cegueira?"
(Francisco Teixeira da Mota, no Público de 23 de Junho)
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