segunda-feira, outubro 11, 2010

o futuro não é um mero reflexo do passado

"Pensar os mercados financeiros como se fossem povoados de humanos, de seres com capacidades cognitivas limitadas, propensos à imitação, seguidores de modas e convenções, “soluções”, “âncoras cognitivas” temporárias, para a incerteza ra-dical sobre o fluxo de rendimentos futuros. O futuro não é um mero reflexo estatís-tico do passado. Incorporar o que a psicologia nos ensina para compreendermos os padrões que emergem nos mercados financeiros e que contradizem a irrealista hipótese dos mercados eficientes. De acordo com esta hipótese, os mercados, povoados de agentes mecanicamente racionais que transformam incerteza em risco calculável, tendem a incorporar toda a informação disponível no preço dos activos. Esta hipótese é a teoria económica panglossiana no seu melhor: tudo correrá pelo melhor no melhor dos mundos. A especulação, ou melhor, a arbitragem, é estabilizadora e a inovação financeira é por definição benigna."

(João Rodrigues, Ladrões de Bicicletas)