segunda-feira, outubro 04, 2010

manifesto dos economistas aterrorizados

"Enquanto economistas, aterroriza-nos constatar que estas políticas continuam a estar na ordem do dia e que os seus fundamentos teóricos não sejam postos em causa. Mas os factos trataram de questionar os argumentos utilizados desde há trinta anos para orientar as opções das políticas económicas europeias. A crise pôs a nu o carácter dogmático e infundado da maioria das supostas evidências, repetidas até à saciedade por aqueles que decidem e pelos seus conselheiros. Quer se trate da eficiência e da racionalidade dos mercados financeiros, da necessidade de cortar nas despesas para reduzir a dívida pública, quer se trate de reforçar o “pacto de estabilidade”, é imperioso questionar estas falsas evidências e mostrar a pluralidade de opções possíveis em matéria de política económica.

Crise e Dívida na Europa: 10 falsas evidências, 22 medidas em debate para sair do impasse, de Philippe Askenazy, Thomas Coutrot, André Orléan e Henri Sterdyniak. Recentemente lançado pela Associação Francesa de Economia Política, um documento que sintetiza de forma clara e fundamentada as verdadeiras razões da crise em que nos encontramos, as falsas verdades alimentadas em redor dela e o profundo desacerto das políticas económicas que estão a ser seguidas, contrapondo-lhes as estratégias necessárias, ausentes do discurso dominante. Absolutamente imperdível.