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Não é de facto forçoso que os professores tenham uma "
«carreira plana» isenta de escalões profissionais". Há até muito boas razões para que assim não seja (desde que devidamente ponderadas e assentes no objectivo de melhorar a qualidade do ensino). O problema é que entre essas razões não figura, seguramente, a fixação trapalhona e a martelo de escalões distintos, com a exclusiva finalidade de adaptar o modelo de avaliação de desempenho da função pública aos docentes do ensino básico e secundário. Aliás, este objectivo sempre escondeu um outro, bem mais profundo e que se tornou crescentemente indisfarçável: o de proceder a um corte orçamental na educação, descurando a mínima reflexão sobre a adequabilidade das medidas e o seu impacto no funcionamento das escolas e na qualidade de ensino.
A degradação da escola pública foi, na verdade, conduzida por quem - na senda de uma engenharia sociológica sobranceira e ignorante - actuou sem revelar especial capacidade para compreender (e valorizar) o que é o universo do ensino não superior.
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