quarta-feira, setembro 30, 2009

paranóia e irresponsabilidade (II)

"Lembremos os factos. (...) Pelo seu silêncio ruidoso, Cavaco Silva deixou que uma história inventada em Belém fosse aproveitada politicamente pelo PSD. Vir agora acusar o PS de ter tentado "arrastá-lo para a luta política" é o cúmulo da hipocrisia e do farisaísmo. Algo não está bem com o Presidente da República."
(Vital Moreira, Causa Nossa)

"Ouve falar há vários meses de suspeitas de escutas e só hoje se lembra de pedir a peritagem (não ao sistema de comunicações, mas ao sistema informático). Sabe que um seu assessor acusa o governo de espionagem, mas não o corrobora nem o desmente - e acha isso normal. Perante a notícia de que esse assessor falou em seu nome, afirma que ninguém fala em seu nome, mas também não o demite (apenas o afasta das funções). Quando todos vimos o PSD a usar as suspeitas de vigilância para alimentar a teoria da asfixia democrática, limita-se a acusar o “partido do governo” de tentativas de manipulação e insiste que é um homem isento. Fazendo a declaração mais destabilizadora que podia fazer neste momento delicado, quer que acreditemos que constitui o garante da normalidade democrática."
(Ricardo Paes Mamede, Ladrões de Bicicletas)

"Das duas uma: ou Cavaco Silva está a ser sincero em toda esta novela e então o seu grau de paranóia é bem superior ao que se julgava; ou está a tentar manipular opinião pública num assunto de uma enorme gravidade e teremos de concluir que o país colocou em Belém um homem perigoso."
(Daniel Oliveira, Arrastão)