babel worlds
Não tivesse havido Amores Perros, e Babel, de Alejandro González Iñárritu, seria um filme mais surpreendente. As histórias aparentemente desconexas enlaçam-se desta vez à escala do globo e não de uma metrópole, como na Cidade do México de Amores Perros.
Babel pode ser um retrato óbvio sobre a globalização e a comunicação (que justifica de resto o nome do filme), bem como uma perspectiva incisiva sobre a arrogância e esquizofrenia dos Estados Unidos em relação à emigração mexicana e ao terrorismo.
Mas Babel é também um exercício sobre a intencionalidade, o inesperado e – por paradoxal que pareça –, os micro universos locais e pessoais: o disparo fortuito na competição pela pontaria entre dois irmãos a pastorear nas montanhas de Marrocos (e que estão seguramente nas tintas para a geopolítica); a viagem de duas crianças norte-americanas ao novo e desconhecido mundo de um casamento no México (alheia a qualquer lógica de mobilidade migratória); ou a luta interior contra a solidão, entre o néon e o vazio, de uma jovem surda-muda em Tóquio (por mais adaptada ao meio envolvente que aparenta estar).
Babel vale sobretudo por isso. Pelo olhar sobre a intencionalidade e o local, na margem que tem de escape às leituras mais lineares e “globalizantes” do mundo, e apesar de não ser essa a sua maior ambição. Aliás, um dos traços mais interessantes de Iñarritu consiste no modo como consegue mapear os múltiplos sentidos das coisas, sem prejuízo da intenção em transmitir sempre algo claro e assumido.
Babel pode ser um retrato óbvio sobre a globalização e a comunicação (que justifica de resto o nome do filme), bem como uma perspectiva incisiva sobre a arrogância e esquizofrenia dos Estados Unidos em relação à emigração mexicana e ao terrorismo.
Mas Babel é também um exercício sobre a intencionalidade, o inesperado e – por paradoxal que pareça –, os micro universos locais e pessoais: o disparo fortuito na competição pela pontaria entre dois irmãos a pastorear nas montanhas de Marrocos (e que estão seguramente nas tintas para a geopolítica); a viagem de duas crianças norte-americanas ao novo e desconhecido mundo de um casamento no México (alheia a qualquer lógica de mobilidade migratória); ou a luta interior contra a solidão, entre o néon e o vazio, de uma jovem surda-muda em Tóquio (por mais adaptada ao meio envolvente que aparenta estar).
Babel vale sobretudo por isso. Pelo olhar sobre a intencionalidade e o local, na margem que tem de escape às leituras mais lineares e “globalizantes” do mundo, e apesar de não ser essa a sua maior ambição. Aliás, um dos traços mais interessantes de Iñarritu consiste no modo como consegue mapear os múltiplos sentidos das coisas, sem prejuízo da intenção em transmitir sempre algo claro e assumido.
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