segunda-feira, novembro 13, 2006

virar as páginas

Fez hoje uma semana que o mundo soube, pelos jornais, da condenação à morte de Saddam Hussein. Para noticiar o facto, vale a pena ver a opção de primeira página do Público desse dia, bem como a carta aberta ao Director José Manuel Fernandes sobre a escolha feita.
Saddam foi condenado à morte pelo massacre de mais de uma centena de xíitas na cidade de Dujail, em 1982. E vale por isso também a pena lembrar onde estava Donald Rumsfeld e o que eram nessa altura as relações entre a republicana administração dos EUA e o regime de Bagdad.
Quanto à sentença, tem razão o Daniel Oliveira quando refere (cito de memória o último "Eixo do Mal", na SIC) que assim se vê a forma como se cultivam os valores e a democracia ocidental no Médio Oriente. Aliás, talvez tenha sido apenas impressão minha, mas pareceu-me existir uma incompreensível tibieza e timidez no modo como muitos dos governos europeus condenaram a sentença. Seria o receio de que a reacção de veemente repúdio que se impunha fosse interpretada como apoio e desculpabilização do ditador? E não seria possível também, já agora, reservar umas sanções para países onde ainda vigora a pena de morte?