sábado, abril 24, 2010

da tortura

"Quis lutar com as armas que tinha, e lutar ainda depois de ter sabido, pela derrota do meu corpo e pela perda da minha lucidez que a força era pouca, fraca e frágil, e que a resistência só poderia ser vitoriosa se tivesse sido maior, mais intenso, integral o meu empenho no projecto revolucionário, integral a preparação técnica, física e ideológica, integralmente comunista o corpo, como pretendia tornar-se a inteligência."

Auto-crítica de um preso político, submetido a tortura pela PIDE/DGS, que lamenta de uma forma pungente a sua incapacidade para resistir à dor (in Miguel Cardina, Política, punição e silenciamento nas oposições radicais ao Estado Novo, a publicar brevemente aqui).