sábado, maio 23, 2009

joão bénard da costa

"A partir da história na tela, o Bénard criava uma outra história, que eram os seus textos. Não foram poucas as vezes que as folhas do Bénard me pareceram tão notáveis enquanto textos como os filmes a que se referiam me pareciam geniais enquanto filmes. (...) Deu-nos a ver: os filmes e os textos, as duas coisas ligadas, duas coisas autónomas, as duas coisas funcionando na cabeça dele. Não é talvez de espantar que, para ele como para mim e para muitas pessoas, a Cinemateca e a pessoa do Bénard se tenham nalguma medida confundido."
(Ex-Ivan Nunes, 21 Maio)

"Para ele, somos sempre os mesmos. É um leal. Está sempre connosco como se fôssemos tão frescos como ele. Puxa-nos pela manga da camisa; protege-nos da tempestade; desata a rir no meio das encrencas; arranja tabaco clandestino; deixa-nos subir para os ombros para vermos melhor; para saltar para o outro lado; mostra-nos fotografias nunca vistas, de actrizes lindas, escondidas debaixo da camisola - e faz tudo descaradamente; não se importa de ser apanhado; não tem vergonha nenhuma; é um prazer estar com ele; parece que todo o universo está em causa. É assim o João Bénard."
(Miguel Esteves Cardoso, Público, 22 Maio)