domingo, março 01, 2009

sic transit gloria mundi

Na semada passada, o Tribunal da Boa Hora condenou Domingos Névoa ao pagamento de uma multa de cinco mil euros, ao dar como provada a tentativa de corrupção efectuada junto de José Sá Fernandes, para que este desistisse de contestar judicialmente o negócio de permuta dos terrenos do Parque Mayer, pertencentes à Bragaparques.
Na tentativa de corrupção estaria envolvida a soma de duzentos mil euros, demonstrado que o valor simbólico da condenação é esse mesmo: simbólico. Mas com ele jogava-se um outro valor, inestimavelmente mais simbólico. O de dar um claro sinal de intransigência para com processos desta natureza, que raramente conhecem a luz do dia. Esse sinal também está dado e é o da impunidade.
Em Maio vai a julgamento o "Processo dos Correios". Envolve entre outros Luís Vilar, verador do Partido Socialista na Câmara Municipal de Coimbra, estando em causa o alegado recebimento de cinquenta mil euros, cedidos pelo mesmo Domingos Névoa, da mesma Bragaparques. Segundo o Público, o despacho de pronúncia não acolheu as explicações avançadas por ambos, de acordo com as quais se terá tratado de um empréstimo, "no quadro da relação de amizade que tinham". O mesmo despacho acrescenta porém que "não se vê, das informações bancárias, que o arguido Luís Vilar tenha tido necesidade daquele valor, a ponto de ter de se socorrer a empréstimo deste amigo". No quadro do mesmo processo, será julgado o recebimento de uma verba de dez mil euros, por Luís Vilar, das mãos de um empresário da construção civil, na altura a erigir o empreendimento Jardins do Mondego, destinada a financiar a campanha autárquica de 2005. Depois da campanha, o vereador solicitaria ao mesmo empresário mais cem mil euros, invocando dívidas geradas durante a corrida eleitoral.