sabana santa
Auxiliado por uma colega, Benigno cuida de Alicia, numa luminosa manhã entre as muitas que fazem parte do seu sono profundo e aparentemente interminável. O corpo inerte é cuidadosamente lavado, seguindo a liturgia própria a um ritual sagrado, que prossegue com os movimentos necessários à mudança dos lençóis. A serenidade torna-se imponente, sendo cada vez mais difícil distinguir a fronteira comatosa que separa a vida da morte, um corpo sem alma do simples adormecimento. Não por acaso, a música que preenche estes momentos se chama sabana santa.
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