domingo, julho 23, 2006

razões ideológicas

No editorial do Público de hoje ("O autismo não é bom conselheiro"), José Manuel Fernandes critica o Governo por se limitar a "cumprir o ritual de consultar os parceiros sociais", denunciando o facto de o Primeiro Ministro recusar "liminarmente" a proposta do PSD em matéria de Segurança Social, que inclui um sistema baseado na capitalização individual.
José Manuel Fernandes pode discordar das orientações de reforma seguidas por Vieira da Silva. Pode achar que as medidas tomadas são insuficientes e não as adequadas. Pode até, por essa razão, criticar que a proposta de reforma da Segurança Social não inclua o princípio do plafonamento.
O que já não faz sentido é lamentar que a recusa deste princípio ocorra "por razões ideológicas", como se não fosse legítimo a qualquer governo aceitar e rejeitar propostas políticas com base em pressupostos e orientações ideológicas, e constituísse assim uma espécie de infracção, das normas constitucionais e governativas vigentes, a recusa de medidas e modelos propostos pela oposição.
Razões ideológicas... Então haveria de ser por razões inerentes à tectónica de placas?