cidade dos dois mundos
Copacabana é uma zona da cidade com um desenho ortogonal extenso que arruma os prédios, relativamente altos. Poderia definir-se como uma zona de classe média, não fora o facto de aqui confluirem todos os tipos de vida, todas as gentes, todas as cidades que o Rio contém. Há um movimento intenso de pessoas, de ocupações, de ritmos, de estatutos, de raças, de condições e estilos. Olhando para toda esta diversidade de tudo, entende-se melhor que a percussão faça parte da alma mais profunda deste país.
O território banhado pelo mar é pontuado por morros que emergem, abrupta e imponentemente, de onde em onde. Nas áreas mais planas, e com altitudes próximas das do nível do mar, sente-se que a cidade planeada e organizada se foi formando, como se línguas de lava se derramassem, preenchendo todos os interstícios disponíveis. É a paisagem normal de uma cidade do Novo Mundo, que lembra neste sentido a Cidade do México. Ruas desenhadas a régua e esquadro, as vidas a fervilhar de mil formas ao longo dos passeios e no frenesim caótico dos carros.
Depois fica a outra cidade, nitidamente diferente. É a cidade que trepa pelos morros acima, quase até ao topo, deixando apenas uma mancha verde de florestação, ou então áreas cinzentas, quando a encosta é demasiado íngreme, a descoberto. Esta é a cidade das imensas favelas, em tons de tijolo ou betão. Casas minúsculas e desordenadas, a maioria sem telhado, que se encavalitam nos declives vertiginosos. Há imagens impressionantes deste contraste. Sobretudo quando, ao virar de uma esquina, se depara com uma rua ladeada de prédios, ao fundo da qual surge abruptamente, no horizonte, um morro enorme e imponente com o seu casario de miséria a contrastar com a urbanidade ali mais próxima.
O modo como o morro cresce no olhar sustém de espanto, literalmente, a respiração.
O território banhado pelo mar é pontuado por morros que emergem, abrupta e imponentemente, de onde em onde. Nas áreas mais planas, e com altitudes próximas das do nível do mar, sente-se que a cidade planeada e organizada se foi formando, como se línguas de lava se derramassem, preenchendo todos os interstícios disponíveis. É a paisagem normal de uma cidade do Novo Mundo, que lembra neste sentido a Cidade do México. Ruas desenhadas a régua e esquadro, as vidas a fervilhar de mil formas ao longo dos passeios e no frenesim caótico dos carros.
Depois fica a outra cidade, nitidamente diferente. É a cidade que trepa pelos morros acima, quase até ao topo, deixando apenas uma mancha verde de florestação, ou então áreas cinzentas, quando a encosta é demasiado íngreme, a descoberto. Esta é a cidade das imensas favelas, em tons de tijolo ou betão. Casas minúsculas e desordenadas, a maioria sem telhado, que se encavalitam nos declives vertiginosos. Há imagens impressionantes deste contraste. Sobretudo quando, ao virar de uma esquina, se depara com uma rua ladeada de prédios, ao fundo da qual surge abruptamente, no horizonte, um morro enorme e imponente com o seu casario de miséria a contrastar com a urbanidade ali mais próxima.
O modo como o morro cresce no olhar sustém de espanto, literalmente, a respiração.
<< Home